As mulheres brasileiras desempenham um papel significativo no mercado da contabilidade, contribuindo com suas habilidades e expertise para o desenvolvimento do setor.
As mulheres brasileiras desempenham um papel significativo no mercado da contabilidade, contribuindo com suas habilidades e expertise para o desenvolvimento do setor. Ao longo dos anos, houve um aumento em nossa participação nessa área, refletindo uma tendência global de maior diversidade de gênero em profissões tradicionalmente dominadas por homens.
A pioneira Dvoira Nudelman, nascida em 1º de outubro de 1927, com registro em 15 de setembro de 1947, marcou o primeiro registro de uma contadora no Estado, conforme dados do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRCSP). Na década de 1950, as mulheres representavam apenas cerca de 1,3% dos profissionais ativos na área, conforme o Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
Nas últimas décadas, nós, mulheres, temos buscado educação formal e oportunidades de carreira, desafiando estereótipos de gênero e assumindo papéis de destaque em escritórios de contabilidade, empresas e órgãos governamentais. Muitas optaram por empreender, abrindo seus próprios escritórios contábeis.
O empreendedorismo permite que exerçamos um papel de liderança, atendendo a clientes e construindo nossos próprios negócios. Segundo o Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRCSP), são 26.676 organizações paulistas ativas, das quais, 10.571 (40%) têm mulheres como sócias ou responsáveis técnicas. Desde 2021, o registro de mulheres contadoras tem sido maior que o de homens. Apenas em 2023, foram 1.883 mulheres registradas contra 1.703 homens.
Em tempo: no Conselho Diretor do CRSCP, a primeira mulher foi a presidente Célia Regina de Castro, em 1994. A entidade voltou a ter uma presidente do gênero feminino na gestão 2018–2019, com a eleição de Marcia Ruiz Alcazar. Em toda a história da instituição, 65 mulheres foram conselheiras do CRCSP, algumas delas por mais de uma gestão.
Uma pesquisa divulgada (em 2022) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/IBRE) apontou que, desde 2012, a taxa de desemprego das mulheres é superior à dos homens. Ainda, segundo a FGV, entre os anos de 2014 e 2019, a taxa de participação feminina no mercado de trabalho cresceu continuamente e atingiu 54,34%, em 2019.
Apesar do progresso, nós mulheres ainda enfrentamos desafios no mercado contábil, entre os quais estão incluídas a disparidade salarial de gênero, a falta de representação em cargos de liderança e questões relacionadas ao equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, pois muitas possuem jornadas extras como mães e donas de casa, ainda que políticas e práticas de trabalho flexíveis tenham sido discutidas e implementadas para enfrentar essa questão.
Conquistamos um espaço importante, desempenhando papéis cruciais e contribuindo efetivamente para o desenvolvimento do setor. No entanto, é fundamental enfrentar esses desafios para garantir uma participação mais equitativa e igualdade de oportunidades no campo contábil.
Os números demonstram que os espaços estão sendo conquistados pelas mulheres profissionais da contabilidade e se mostram promissores.